O cenário dificilmente poderia ser mais harmonioso. Um terraço com uma vista deslumbrante e privilegiada sobre a cidade de Lisboa, um dia de inverno sem chuva, o Castelo de São Jorge ligeiramente à esquerda, o Tejo à direita e... Magali Aravena. Foi neste contexto, no renovado Hotel do Chiado, que conversámos e conhecemos melhor a mulher do jogador do Benfica, Salvio, o homem dos seus sonhos e que a trouxe para viver numa cidade pela qual nutre especial adoração. Além de revelar um pouco da personalidade do pai do seu filho, Valentino, a jovem argentina conta estar a aprender língua de Camões, tal é o encantamento pela cultura portuguesa.
Magali, feliz por ter regressado a Portugal?
Muito feliz, mesmo! A verdade é que estávamos à espera há muito tempo de voltar e é sempre um prazer estar em Portugal.
O que tanto te encanta no nosso país?
É sobretudo a cultura portuguesa. Adoro! Cada vez que recebemos a visita de alguém da família ou amigo mostro tudo em Lisboa e... a vossa cultura. Gosto muito e posso dizer que já conheço bem a cidade.
Quais são as vossas zonas preferidas para passear?
Belém e Chiado. Também gosto muito de passear em Cascais e ao longo da costa, mas vou com mais frequência a Belém, onde como sempre um pastel, e ao Chiado, bem como toda a zona mais antiga da cidade. Estes são os nossos sítios preferidos para passear e, sempre que Toto [Salvio] tem disponibilidade, lá vamos nós conhecer um pouco melhor Lisboa.
Então estás melhor entre nós do que em Madrid...
Gosto de Madrid porque a minha mãe vive lá e o idioma é mais fácil para mim, mas Lisboa tem outro encanto! Gostamos mais de Lisboa! Sentimo-nos em casa e muito à vontade. Aliás, passámos o Réveillon aqui, em Portugal, com os pais de Toto e os meus. A família reuniu-se toda cá e foi muito agradável. Mas também foi o primeiro Natal e Réveillon com Valentino.
Estiveste recentemente na Argentina e em Madrid. Gostas de viajar, é isso?
Sim, é verdade. Gosto de viajar, de facto, mas também vou com alguma frequência à Argentina porque sinto saudades da minha família, da minha terra e falta das minhas amigas, que são como minhas irmãs. Depois, agora, como temos o Valentino, sinto que tenho de o levar lá, por isso vou mais vezes. Já Toto vai, no máximo, duas vezes por ano à Argentina.
Voltando a Portugal e, mais concretamente, a esta produção fotográfica. Gostas de fazer este tipo de trabalhos?
Sim, é algo que me agrada muito. Antes de conhecer Toto dedicava-me à moda e a trabalhos fotográficos, e sempre gostei muito. Comecei a fazer produções e desfiles aos 15 anos mas, entretanto, deixei porque ele não gostava muito. O Toto é um pouco ciumento! Mas agora estou a tentar retomar o meu trabalho. Ainda fico um pouco inibida, mas é só até descontrair e ganhar confiança. Estou confortável com o meu corpo e, no geral, sou uma mulher desinibida.
Quais são as tuas maiores armas enquanto mulher?
O olhar e o sorriso. Sou espontânea e tenho um sorriso fácil.
Tu não és mulher de passar despercebida na rua. Gostas que olhem para ti?
Não gosto muito. Fico com vergonha, para ser sincera. Nesse aspeto, sou tímida!
És vaidosa, e só pões o pé na rua depois de passar uma maquilhagem por mais básica que seja, ou mais descontraída?
Sou mais o género de mulher descontraída. Não me preocupo com esse tipo de coisas para ir ao supermercado ou ao shopping. O meu estilo no dia a dia é casual e natural. Se for para sair com Toto, ou para jantar fora, aí sim, gosto de me vestir bem, colocar uns bons saltos altos, maquilhar, colocar um anel e apresentar-me muito bem.
Foste assim que conquistaste Salvio? Diz-nos a verdade.
Conheci Toto numa reunião de amigos, na Argentina, tinha 19 anos. E na verdade foi ele que me conquistou e não o contrário (risos). Na altura, eu estava noutra relação e foi Toto que, primeiro através de uma amizade e da sua boa disposição, acabou por me conquistar. Senti-me atraída pelo seu sorriso e pelas piadas, o bom-humor. Sempre nos rimos muito e passamos o tempo na brincadeira. Nem sei como explicar bem... parecemos duas crianças!
E foi a rir que chegaram ao casamento?
Ainda foi um processo demorado (risos). Já vivíamos juntos na Argentina e, quando Toto veio para Madrid, acompanhei-o, tal como aquando da mudança para Lisboa, mas só casámos há seis meses.
Como foi o pedido de casamento? Romântico?
Foi na cozinha (risos)... Num dia normal, ele chegou a casa, estava eu na cozinha e ele pediu-me em casamento. Assim, de uma forma muito simples. Disse-me: 'Meu amor, queres casar comigo?' Eu achei que ele estava a brincar e perguntei-lhe se era a sério. Como estava de cara muito séria, percebi que estava mesmo a pedir-me em casamento, até porque ofereceu-me o anel (risos). Disse logo o sim, abraçámo-nos e, quando telefonei a contar as minhas amigas, não contive as lágrimas.
Entretanto, também já existia Valentino...
Valentino foi a melhor coisa que nos aconteceu na vida! Queríamos ambos ter filhos e quando víamos crianças ficávamos sempre a olhar e a comentar, até que chegámos à conclusão que havia chegado a nossa hora.
Porquê Valentino, tem algum significado especial ou homenagem a alguém?
Não. No início estávamos indecisos entre Santino e Valentino, dois nomes muito comuns na Argentina, mas acabou por prevalecer Valentino, por uma questão de gosto mesmo.
Fala-nos de Salvio, enquanto pai?
Como pai... No princípio custou, porque passava o tempo na PlayStation e era como se tivesse mais uma criança em casa. Mas, uma vez, ultrapassada essa fase de adaptação, tem-se revelado um bom pai e ajuda em todas as tarefas, mudar fraldas, dar banho, comida, etc. Ele viaja muito mas, sempre que está em casa, tentamos fazer tudo juntos, passear, jantar fora, ou outro programa qualquer. Antes dos jogos, ele pede-me para enviar, por telefone, uma fotografia de Valentino. É como o amuleto da sorte dele, sente que lhe dá força. Toto é um pai muito carinhoso e diz que quer ser como o meu sogro, carinhoso e bom pai. Para repreender sou mais eu (risos). Aliás, Toto quer quatro filhos e eu estou mais inclinada para três, mas vamos esperar mais um ano, pois Valentino ainda é muito pequeno. Ele quer quatro meninos e todos jogadores de futebol (risos). Já eu gostava de ter uma menina... pelo menos uma.
O Valentino tem um ano, já fala... diz alguma coisa em português?
Ele só diz uma palavra: papa [pai]. Não fala mais nada, mas a nossa ideia é coloca-lo numa escola com ensino de espanhol e português. Aliás, até eu já estou a aprender português, tenho aulas com uma professora particular. Assim também poderei ensinar Valentino as duas línguas. Adoro o português!. É como digo: fiquei encantada com Lisboa desde o primeiro dia e Portugal encanta-me.
Foste mãe há apenas um ano e já recuperaste fisicamente. Qual é o segredo?
Valentino (risos)! É também uma questão genética, é verdade. Pois, a minha mãe teve três filhos e continua magra, por isso também tenho alguma sorte. Mas, além disso, é mesmo o Valentino que me faz estar em forma e me mantém em atividade o dia inteiro.
Quando Salvio não está ao serviço do clube, quais são os vossos 'hobbies' preferidos?
Quando estamos sós, só eu e Toto, adoramos ver filmes. Já fomos ao cinema, mas preferimos ficar em casa e ver tranquilamente as nossas seleções. Com Valentino, normalmente optamos por passear a pé e, às vezes, também vamos até Cascais ou Belém. Duas vezes por semana tentamos ir jantar os três fora porque não gosto de cozinhar (risos).
E Salvio cozinha?
Nada, não cozinha absolutamente nada. A não ser que esteja sozinho e tenha de fazer qualquer coisa só para não ter de ir à rua apenas para comer. Mas, regra geral, quando Toto está em casa, passa o tempo a brincar com Valentino e a ensinar-lhe a jogar a bola. Quando pode, gosta de ter o seu tempo e de jogar PlayStation.
Em termos de personalidade, como é ele fora dos relvados?
É muito boa pessoa, ajuda a família, está sempre preocupado com o bem estar de todos e atento para que não falte nada. Creio que não existe uma pessoa tão boa como ele. Depois, é muito simpático, super conversador, sociável e brincalhão. Gosta de se vestir bem, de ter uma boa imagem e é cuidadoso, mas não é extremamente vaidoso. É muito ciumento, também! (risos)
E como lidas com isso?
Rio-me, porque ele é muito, muito, muito ciumento! Só me dá vontade de rir. Porque, se vamos na rua e alguém olha para mim, ele enfrenta com o olhar e é capaz de perguntar para onde estão a olhar (risos)... não aprecia que se metam comigo, mas ao mesmo tempo gosta que me vista bem e que esteja linda. Ele gosta de me ver de saltos e bonita mas...para ele (risos).
É difícil fazer amigos assim. Têm alguns em Portugal?
Por enquanto não. Tinha a Romanela, a mulher do Saviola, e a Ruth, a mulher do Franco Jara, mas estão ambas em Espanha. Quando elas viviam em Portugal, fazíamos tudo juntas, passear, ir ao shopping, jantar fora, etc. Elas foram embora e eu fiquei só. E, para já, ainda não fiz novas amigas. Tenho o Valentino e também não me sobra muito tempo para estar com amigos, já não é como dantes, com toda a disponibilidade do mundo. Mas, sempre que há oportunidade, encontramo-nos em Buenos Aires ou Madrid e falamos todos os dias. Já Toto tem os colegas do Benfica com quem está sempre e com quem se diverte bastante, afinal, eles são todos muito amigos.
Qual a tua relação com o futebol?
O meu marido é futebolista e, agora, gosto e estou mais por dentro do fenómeno. Aprendi muito, pois antes não percebia o jogo em si. Fico louca quando o Benfica está a perder, quando Toto falha ou marca um golo... Vou a todos os jogos e levo sempre o Valentino, que já é inclusivamente sócio do Benfica. Aliás, quando ele vê o pai a jogar aplaude (risos). É muito bonito de se ver!
O Salvio é um jogador muito acarinhado pelos adeptos e tem muitas fãs. Sentes-te incomodada de alguma forma?
De verdade, surpreende-me muito. É impressionante como, por exemplo, e até através do Twitter, vejo isso, gostam tanto dele. Os fãs nutrem muito carinho por Toto, dão-lhe presentes no final dos jogos e chegam a mandar presentes para Valentino. O amor que sentem por Toto é muito bonito! E tanto eu como ele apreciamos bastante esse carinho e esse amor. É sinal que ele está a fazer bem as coisas. Se sinto ciúmes? Estamos muito seguros do nosso amor, estamos juntos e felizes. E se lhe fizer a mesma pergunta, penso que dirá o mesmo. Toto é o homem que sempre quis. Sonhava com um homem que gostasse de mim, me valorizasse, me fizesse rir e encontrei tudo isso em Toto. Ele faz-me feliz.
Qual o sonho de Slavio, profissionalmente falando?
O maior sonho é jogar um Mundial mas, a curto prazo, Toto quer muito ganhar este ano campeonato. E acreditamos que vamos ser campeões.
Fonte: Ojogo
Pictures: Ojogo
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